5º
Domingo da Quaresma – ANO A – 06/04/2014
Liturgia - Leituras: http://liturgiadiaria.cnbb.org.br
Em
tempos de Papa Francisco nossos ouvidos tem se acostumado com o insistente e
desafiante imperativo: Saí! Sair de nossas zonas de
segurança, sair em missão, sair de nossas casas e das quatro paredes da
sacristia, para anunciar a alegria do Evangelho. E hoje descobriremos que este
convite é bem característico ao tempo que estamos vivendo, o tempo quaresmal. A
conversão é na verdade uma saída, a capacidade de sair de um caminho de
escravidão para abraçar um novo que leva à vida. Vejamos como a liturgia do 5º
Domingo da Quaresma nos ajudará a compreender as exigências desse imperativo,
como também de bem vivenciá-lo.
O
episódio da ressurreição de Lázaro tem início descrevendo que Jesus estava na Galileia quando toma conhecimento de que Lázaro estava doente. Mesmo sabendo
disso, ele resolve permanecer mais dois dias no local onde se encontrava.
Depois disso é que resolve partir, sendo que ao chegar Lázaro já havia sido
sepultado há quatro dias. Já não se podia fazer mais nada, pois o corpo já
havia entrado em estado de putrefação. Jesus chega depois do quarto dia quando
já não se pode fazer mais nada, não há mais esperança de vida. E este é o
espírito que domina toda a casa de Marta e Maria, como também todo o povoado de
Betânia, sendo esta a razão do evangelho descrever que Jesus permaneceu fora do
povoado. Na casa estão todos sentados, em sinal de passividade para com a
morte, sendo consolados pelos judeus. A falta de esperança era tamanha neste
ambiente que, quando Marta levanta-se para encontrar-se com Jesus, eles pensam
que ela teria se levantado para ir ao túmulo chorar.
Levantar-se
e ir ao encontro de Jesus, transforma-se num gesto de ressurreição tanto de
Maria como de Marta, assim como também Lázaro para voltar à vida teve que sair
do túmulo. Ele saiu de um lugar escuro e lacrado com uma pedra, num estado que
expressa total falta de liberdade e autonomia: “atado de mãos e pés com lençóis mortuários e o rosto coberto com um
pano”. Deste modo, compreendemos que as figuras de Lázaro, Marta e Maria,
são bem recorrentes em nossa vida. De
quais situações somos chamados a ter a coragem de nos levantar, ou de quais
sepulturas hoje o Senhor continua a nos chamar: (nosso nome), vem para fora? Entretanto,
não basta apenas detectar de onde precisamos sair para nos libertar, é preciso
saber como poderemos realizar este processo de libertação. E a resposta está
nas palavras de Maria quando diz: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o
Messias: o Filho de Deus que devia vir ao mundo”. Só no trecho do evangelho de hoje encontramos oito vezes a palavra crer,
que pode ser traduzida pela confiança nas palavras do Senhor.
“Espero
em sua palavra”, canta o salmista em resposta a primeira leitura do profeta
Ezequiel, que do mesmo modo vem hoje nos falar desse processo de saída e
libertação: sair das sepulturas para ser conduzidos à terra da liberdade, pois
o Senhor diz e faz. Sua palavra é viva e eficaz. Guiados pelo Espírito do Senhor, peçamos hoje a graça divina da vida
segundo o espírito. Somente pela sua iluminação seremos capazes de viver
plenamente a vida que, de Deus, recebemos como dom. Assim seja!
Fraternalmente,
Padre Everaldo Santo Araújo
Pároco da Paróquia Santa Terezinha
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