DOMINGO
DA PÁSCOA
“Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” Hoje
é na verdade o dia que o Senhor fez para nós; o dia que dá sentido a todos os
outros dias. É Páscoa! É Ressurreição! A morte não teve a sua última palavra na
cruz, pois do sepulcro vazio brotou a vida sem fim. Nós que comemos e bebemos
com Ele, depois que ressuscitou dos mortos, devemos sempre testemunhar ao
mundo, com as palavras a atitudes, que o amor venceu a morte. Na primeira leitura
de hoje, tirada dos Atos dos Apóstolos, escutamos que o Senhor se manifestou
não a todo o povo, mas a algumas testemunhas que Ele havia escolhido. Pode ser
que grande parte das pessoas entendam este dia como mais um feriado, ou como
uma festa qualquer onde se ganha ovos de páscoa e come-se muito chocolate. No
dia de hoje celebramos muita mais que isso, celebramos o dia que Deus nos
preparou desde a eternidade; fomos feitos para este dia.
Por
meio do evangelho de João (20,1-9), toda a ação litúrgica nos conduz à
compreensão de seu significado. Nele encontramos a ida de Maria Madalena, ainda
de madrugada e no primeiro dia da semana, ao túmulo. Lá, ela não encontra nada,
apenas constata a ausência de seu corpo. Quantas vezes em nossas buscas e
caminhadas nos deparamos apenas com a ausência como resposta pra nós?
Imediatamente ela vai ao encontro de Pedro e do discípulo que Jesus amava.
Eles, ao chegarem ao sepulcro, se deparam com a mesma realidade, acrescidos dos
panos de linho jogados no chão, juntamente com um pano que fora colocado sobre
a cabeça de Jesus, que estava colocado num lugar à parte.
A
partir de nosso chamado, nossa vocação consiste num esforço contínuo em buscar
as coisas do alto. As coisas terrestres não conseguem satisfazer o profundo
desejo presente desde cedo em nós das coisas do céu. A nossa vida está
escondida em Cristo e por isso, como alguém já bem expressou por meio de uma
canção, somos filhos do céu! Agora, aspirar às coisas do alto não quer dizer
que não se vive os grandes embates e desafios da vida na terra. Os filhos do
céu também experimentam momentos de sepulcro vazio. O diferencial é que vivemos
as realidades terrestres com os olhos e o coração voltados para as realidades
celestes, são elas que nos orientam e animam. Fazem-nos ver de um modo
diferente e ao mesmo tempo transformador.
Não
esqueçamos também queridos irmãos e irmãs, que a Páscoa é a festa da família, a
festa da Igreja. Cantamos hoje com muita força: “Este é o dia que o Senhor fez
para nós!”, não o fez para mim somente. O que seria de Madalena, se ela tivesse
guardado para si a frustração de ter ido ao sepulcro e não encontrar o corpo de
Jesus? E se os apóstolos tivessem correndo sozinhos depois do anúncio de
Madalena? Páscoa é festa da comunidade, onde todos sentem a presença do outro
que caminha ao lado, mesmo diante das ausências e dos sepulcros vazios.
Enquanto Pedro entrou e viu, o discípulo que Jesus amava entrou, viu e
acreditou. Em nossa vida acontece a mesma coisa, diante das tribulações não
conseguimos enxergar os sinais da presença da vida que começa a brotar. Páscoa
é caminhar juntos e ser fortalecido pelo outro que consegue ver e crer o que
nós não percebemos. Feliz Páscoa a todos!!!!
Fraternalmente,
Padre Everaldo
Santos Araújo
Pároco da Paróquia
Santa Terezinha
Nenhum comentário:
Postar um comentário