Na
vida, as coisas parecem já existir desde sempre e para sempre, e se acaba por
viver tudo o que acontece ou que aparece na moda, no “auge”. Porém, cada coisa
tem seu princípio e seus momentos de transformação. É sempre bom que as
perguntas surjam, como aquelas da criança que está descobrindo o mundo:
Quem
criou isso?, por que isso existe? E que tal, como se diz na era da informação,
navegar um pouco e descobrir como surgiu o carnaval?
História
Sua origem vem de uma manifestação popular anterior à era cristã, tendo se iniciado na Itália com o nome de saturnálias, festa em homenagem a Saturno, divindade da mitologia greco-romana, Baco (deus do vinho) e Momo (deus da graciosidade). Esses dividiam as honras dos festejos, que aconteciam nos meses de novembro e dezembro.
Sua origem vem de uma manifestação popular anterior à era cristã, tendo se iniciado na Itália com o nome de saturnálias, festa em homenagem a Saturno, divindade da mitologia greco-romana, Baco (deus do vinho) e Momo (deus da graciosidade). Esses dividiam as honras dos festejos, que aconteciam nos meses de novembro e dezembro.
Em
Roma, era marcada por uma aparente quebra de hierarquia da sociedade, já que
escravos, filósofos e tribunos se misturavam em praça pública. Na época
ocorriam verdadeiros bacanais. Com o advento do cristianismo, esses festejos
foram remanejados para antes quaresma.
Por que Carnaval?
Uma
das versões mais aceitas para a origem do termo carnaval está no Dicionário de
Frei Domingos Vieira, que define a palavra carnaval como provinda do italiano
carne e vale. No dialeto milanês tem carnelevale, do baixo latim, e
Carnelevamen de carne e levamen ação de tirar, assim, tempo em que se tira o
uso da carne, pois a festa do carnaval é exatamente um dia antes da
quarta-feira de cinzas.
A origem no Brasil
Rio de janeiro
No
Rio de Janeiro colonial existia uma festa chamada congada do rosário,
organizada pelos negros da Igreja Nossa Senhora do Rosário, para homenagear os
príncipes do Congo que tornaram-se escravos, ocorria próximo ao Natal, sendo
proibida no ano de 1820 pela polícia, pois o desfile acabava em sérios
conflitos entre os negros e os capoeiras. Os negros, não se deixando abater,
foram-se misturando nos ranchos de reis (festa religiosa em que se celebra a
adoração dos reis magos a Jesus Menino), transplantados de Portugal. No final
do século XIX, passaram do Natal para o carnaval. É o princípio do carnaval
carioca. Aí, se desdobraram em ranchos tradicionais e escolas de samba,
sobrevindo o rei e a rainha do Congo, sempre com seus trajes de antigas eras, o
que se chama hoje de mestre-sala e porta-bandeira. Os embaixadores e os
capoeiras e a música, formaram a bateria, que ainda consta do mesmo
instrumental de percussão de origem Anglo-Congolesa.
Na Bahia
O
primeiro carnaval de rua de Salvador aconteceu cinco anos antes da Proclamação
da República. Era uma festa com grande influência européia, como quase tudo o
que existia no Brasil naquela época, com muito luxo, requinte. O ano de 1884 é
considerado o primeiro carnaval no estilo de hoje, inclusive com o forte apoio
da publicidade utilizada pelos comerciantes da época.
Entre 1895 e 1896 surgem os primeiros AFOXÉS, organizados por negros. Representavam casas de culto de herança africana e saíam às ruas cantando e recitando seqüências de músicas e letras.
Entre 1895 e 1896 surgem os primeiros AFOXÉS, organizados por negros. Representavam casas de culto de herança africana e saíam às ruas cantando e recitando seqüências de músicas e letras.
Em
1938 surgiu a idéia do trio elétrico, quando Dodô (rádio-técnico, músico e
estudioso de eletrônica) e Osmar (inventor e músico), se conheceram tocando em
programas de rádio, ao lado de Dorival Caymmi, entre outros nomes já famosos na
época. Em 1939, em um Ford – o fobica – equipado com dois alto-falantes, eles
se apresentaram nas ruas da cidade como a “dupla elétrica”.
Em Recife
Os
festejos, sobretudo a festa de reis, eram organizados pelas chamadas Companhias
de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias, isso
no século XVII, que constava de cortejos com caixões e bandeiras.
O
frevo, que significa ferver, provém das antigas marchas, maxixes e dobrados; as
bandas militares do século passado, bem como as quadrilhas de origem européia.
Uma
forte característica do carnaval pernambucano é o Maracatu, que surgiu por
volta do século XVIII, dito Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação
Africana. Entre os clubes que eram a expressão carnavalesca no período de 1904
a 1912, destacam-se os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos
da Candinha e U.P.M., o último como piada aos homens que não tinham mais
virilidade.
No mundo
O
atual carnaval é uma mescla entre o carnaval de Veneza e da cidade francesa de
Nice, onde ocorrem desfiles de pessoas fantasiadas sobre carros enfeitados,
exibindo-se para a platéia, enfeita-se a cidade toda por grandes painéis
luminosos com temas carnavalescos; à beira do mar, ocorre o desfile mais
importante e diferente: a Parada das Flores. Cerca de vinte carros alegóricos,
repletos de flores frescas formando arranjos e mosaicos variados, passam pela
avenida e são saudados pela platéia. Todas essas comemorações duram até o mardi
gras – a “terça-feira gorda”.
O
nome francês da data serviu para batizar uma comemoração americana que só
acontece nesse dia, na cidade de Nova Orleans. A festa começou no século XVIII,
quando a cidade ainda estava sob o domínio da França. Mantendo muitas de suas
características originais, como o desfile de mascarados em carros alegóricos.
No entanto, à semelhança do que ocorreu no Rio de Janeiro, ela se contagiou com
elementos da cultura negra, muito forte na região. Outra presença da festa são
os krewe, blocos de mascarados que dançam a pé pelas ruas.
MÁSCARAS: O
uso das máscaras vem desde o tempo em que se pensava que elas protegiam os
foliões de maus espíritos ou transformavam as pessoas em personagens
diferentes. Já em Veneza, na Itália, o uso de fantasias no Carnaval surgiu por
causa de uma proibição. No século XIII era comum as pessoas andarem mascaradas
o tempo todo, aproveitando para fazer o que quisessem, inclusive crimes, sem
serem reconhecidas. Por isso, foi decretado que o uso de máscaras seria
permitido apenas durante o Carnaval. Se alguém fosse pego fantasiado em qualquer
outro dia, seria punido com prisão e chicotadas.
MOMO:
Segundo a Mitologia Greco-Romana, o Filho do Sono e da Noite, ocupava-se
unicamente em examinar as ações dos deuses e dos homens, e chegava mesmo a
repreendê-los. Considerado como deus da Graciosidade, tinha caráter muito
jocoso. Era representado com uma máscara numa mão e na outra uma figura
ridícula para dar a entender que tira a máscara aos vícios dos homens e ri da
sua loucura. Foi eleito juiz das obras de Netuno, de Vulcano e de Minerva:
nenhuma achou perfeita. Vituperou Netuno porque, compondo um touro, não lhe pôs
chavelhos. Criticou o homem forjado por Vulcano, por não lhe ter feito uma
janela no coração para lhe ver os seus secretos pensamentos. Censurou a casa
que Minerva edificou, porque a não podia mudar de um lugar para outro.
Segundo
a História da Arte: Ator que representava nas farsas populares do antigo
teatro. Originário dos bobos encarregados de divertir os amos e senhores
portugueses que habitavam os paços reais e as residências nobres com mímicas e
farsas populares.
ARLEQUIM:
Personagem da antiga comédia italiana (commedia dell’arte) de traje multicor,
feito em geral de losangos, que tinha a função de divertir o público, nos
intervalos, com chistes e bufonadas, foi posteriormente incorporado como um dos
personagens nas peripécias das comédias, transformando-se numa de suas mais
importantes personagens. Amante da Colombina. Farsante, truão, fanfarrão,
brigão, amante, cínico.
COLOMBINA:
Principal personagem feminina da commedia dell’arte (comédia de arte), amante
do Arlequim e companheira do Pierrô. Namoradeira, alegre, fútil, bela, esperta,
sedutora e volúvel. Vestia-se de seda ou cetim branco, saia curta e usava um
bonezinho.
PIERRÔ:
Personagem também originário da commédia dell’arte, ingênuo e sentimental.
Usava como indumentária calça e casaco muito amplos, ornada com pompons e de
grande gola franzida.
Fonte: Site da Comunidade Católica Shalom - http://www.comshalom.org/
Texto de Gigliola
Martins de Sena
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