Este
trecho do Evangelho de Mateus é conhecido como discurso missionário, quando
Jesus passa aos discípulos as recomendações que devem orientar a ação dos
missionários do Reino. Ao percorrer cidades e povoados, proclamando a Boa Nova
do Reino de Deus e ao ver a multidão, Jesus sente compaixão; a missão surge da
compaixão de seu coração de diante de um povo que precisa ser liberto. Com
isso, envia os doze com as orientações que tem seu início com estas palavras:
“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da
colheita que envie trabalhadores para sua colheita”. O Senhor envia para
missão, mas antes de enviar coloca o pedido como condição primária e indispensável,
pois a missão é antes de tudo graça e dom de Deus.
Tudo
o que podemos compreender como força e sentido da vida, quando falamos em
relações humanas é tirado da vida do profeta Jeremias em meio a tantas
perseguições: os homens e os amigos o caluniam, procurando encontrar alguma
falha em suas ações. Ser perseguido pelos inimigos talvez não nos cause tamanha
estranheza, mas sofrer calunia dos que temos por amigos, isso nos faz sofrer
muito. “Ó Senhor dos exércitos, que provas os homens e vês os sentimentos do
coração”, ressalta o profeta, mostrando o quanto essas situações nos ajudam a
descobrir o essencial de nossa vida. A certeza de que o Senhor está ao seu lado
lhe dá força e faz brotar de seus lábios louvores de agradecimento a Deus.
Precisamos urgentemente rogar aos céus que nos conceda este “zelo abrasador”
que todo missionário e profeta devem possuir. Abrasados por este zelo seremos
capazes de vencer os grandes desafios da missão.
Este
é um zelo que nos impele até mesmo a louvar o Senhor em meio às tribulações,
como o salmista, homem de zelo e abrasado pelo amor de Deus, que não vê o
desprezo dos amigos e familiares como maldição. Ele chama este tempo de “tempo
favorável”. É alguém que continuamente procura o Senhor, o que lhe da certeza
no caminho. O coração dos que confiam plenamente em Deus renova-se
continuamente, mesmo em meio às provações e perseguições. Os que são enviados
em missão devem sempre reconhecer que a obra não é dos operários, mas de quem
os envia e por isso, a confiança na graça deve ser constante. Não confiamos na
lei, mas na graça, no “dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus
Cristo, que se derramou em abundância sobre todos”. Sejamos, portanto
anunciadores da graça e do amor de Deus aos quatro cantos desse mundo.
Fraternalmente,
Padre
Everaldo Araújo
Pároco
da Paróquia Santa Terezinha
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