“Temos que saber que não somos aquele
ideal de pessoa e que, possivelmente, não seremos nunca, porque o ideal é uma
burrice coletiva”
As
pessoas são, nas redes sociais, criaturas maravilhosas. A maioria é
compreensiva, fiel e quase “perfeita”. Lá, a maioria dos homens respeita as
mulheres e a maioria das mulheres gosta de homens inteligentes e que sejam
legais e nem tão bonitos assim.
Acredito
que o sucesso dessas “redes” acontece a partir da necessidade que as pessoas
têm de pertencer a grupos.
Antigamente,
existiam três grandes grupos dos quais as pessoas faziam parte: escola, Igreja
e clube. Hoje, as pessoas estudam em quatro ou cinco escolas diferentes,
raramente frequentam a algum clube e à Igreja, nem pensar. Então, como
pertencer a algo já que não existem grupos aos quais pertencer? As redes
sociais, com a promessa de felicidade, parecem ser a solução. Nelas, você pode
participar de quantos grupos você quiser, desde os amantes da pornografia até
os viciados em jogos e ninguém tem nada a ver com isso.
Claro
que, nestas horas, só o ego da pessoa aparece. Ninguém coloca no perfil coisas
como: “Eu tenho algum tipo de preconceito”, “Não concordo com algumas
atitudes”, “Peço a Deus que aumente a minha fé”… Enfim, todo mundo é legal,
divertido e todos são pessoas que nós gostaríamos de conhecer. A maioria das
fotos é só de viagens e coisas legais que fazemos com os amigos ou aquelas em
que o ângulo, a luz e o humor nos favorecem muitíssimo, muito mais do que
pessoalmente. É uma verdadeira seleção de “estrelas”. Todos querem parecer
lindos, ricos e sexys e é aí que começa o perigo: quando queremos parecer e nem
ao menos somos.
As
redes sociais são o ideal de cada um e não o real. Nelas, estão estampadas as
fotos da pessoa que gostaríamos de ser, das coisas que gostaríamos de ter, das
pessoas que gostaríamos de conhecer e da vida que gostaríamos de levar, se não
fosse a vida real, ou seja, é a maior fonte de pessoas controladoras do
planeta, porque tudo lá é controlável: seu humor, se você é ou não é sexy, se
está ou não procurando um relacionamento e de que tipo… lá você pode ser
atraente, mesmo muito acima do peso; Pode ser inteligente, mesmo sem ter
concluído a segunda série, enfim, pode ser no virtual, o que não pode ser no
real.
O
problema não está no que podemos ou não ser, e sim, de sermos o que não somos.
Nem para todo mundo ser belo é importante, mas, para uma modelo, é muito
importante. Ser ótimo em matemática é excelente para um engenheiro, mas
completamente inútil para um médico, por exemplo (pelo menos enquanto
profissão). Então, por que ainda corremos atrás do que não somos? Por que não
aceitamos aquilo que somos e, principalmente, a nossa sombra? Temos que saber
que não somos aquele ideal de pessoa e que, possivelmente, não seremos nunca,
porque o ideal é uma burrice coletiva.
Todo
mundo quer ser “destaque”, todo mundo quer ser esperto, todo mundo quer coisas
que não pode. Então, por que criar um perfil público contando um monte de
mentiras? Porque acreditamos nelas. Cruel, não?! Passamos a vida acreditando
sermos uma pessoa que não somos e, quando somos colocados frente a frente com isso,
como dói. Daí vem coisas como depressão, pânico e outras mazelas.
Então,
antes que cheguemos a este ponto, devemos re-examinar nosso “site” interior e
entender quem nós somos de verdade, colocar aquilo que nós somos para todo
mundo ver e aceitar e ser, de verdade. Isso pode ser uma tarefa difícil e que
vai nos deparar com coisas que não gostamos, mas, com certeza, no final,
estaremos com a verdadeira liberdade e com a essência do que somos de verdade.
FONTE:
“Interessante
artigo da jovem, bela e inteligente jornalista Isadora Barbosa.
Tímida,
estilo “na dela”, Isadora é romântica no sentido da contemplar a
vida, acreditar nas pessoas e nas coisas do deste mundo, como as redes
sociais, por exemplo.
No
artigo abaixo, a garota revela a sua impressão sobre as relações que são
construídas a partir da internet via as redes sociais, sempre, claro,
expondo o seu romantismo nato e apurado senso crítico.” - Robert Lobato (Blog)
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