3º Domingo da Quaresma - Ano A - 23/03/2014
O encontro com o Senhor muda radicalmente a nossa
vida, gera em nós exultação, alegria, aclamação; nossa vida transforma-se numa
verdadeira festa.
O Papa Francisco chamará tudo isso em sua exortação
apostólica de Alegria do Evangelho. São os louvores que proclamamos com a vida,
por termos descobertos por meio desse encontro que Ele é o rochedo que nos
salva, é a única segurança de nossas vidas.
O encontro com o Senhor, ou melhor, termos sido encontrado por Ele gera em nós uma atitude incontrolável de alegria e adoração, que por sua vez não tem como ficar aprisionada com quem a recebe, naturalmente ela deve ser comunicada aos outros. É alegria do evangelho! Tudo o que Ele criou, nós que somos suas obras, e nossa história que a cada dia recria. Tudo é um convite de abertura de coração para acolher a sua voz, sua palavra. “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras.”
O encontro com o Senhor, ou melhor, termos sido encontrado por Ele gera em nós uma atitude incontrolável de alegria e adoração, que por sua vez não tem como ficar aprisionada com quem a recebe, naturalmente ela deve ser comunicada aos outros. É alegria do evangelho! Tudo o que Ele criou, nós que somos suas obras, e nossa história que a cada dia recria. Tudo é um convite de abertura de coração para acolher a sua voz, sua palavra. “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras.”
Todo encontro é uma abertura de coração, é
gratuidade, pois é do Senhor a primeira atitude de busca. Como bem proclamou
São Paulo em sua Carta aos Romanos, a prova do amor de Deus para com a
humanidade, é de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. Não
tínhamos nenhum merecimento para justificar tamanha doação, somente o amor de Deus - que não tem por que, para que - nos faz
compreender tão grande mistério.
Diz São Paulo: “E a esperança não decepciona,
porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que
nos foi dado.”
Nos foi dado, em nós foi derramado, é ação de Deus
em nós, é graça, é dom, é amor, relação que se doa, por isso nossa alegria é perene, e não um mero prazer que
depois de um tempo se esvai. “A esperança não decepciona”, pois ela nasce da
busca de Deus, por nós.
Vejamos, portanto, dois relatos bíblicos que nos
falam do encontro de Deus com a humanidade. Por meio deles, tiremos lições que
nos ajudem a fortalecer em nós a certeza que Deus nunca se cansa de nos
procurar.
O primeiro é tirado do livro do Êxodo, e que nos
serve hoje como Primeira Leitura. Diante da falta de água, o povo sedento,
questiona-se: “O Senhor está no meio de nós ou não?”. Moisés é o grande condutor
de povos, e diante de tantos questionamentos e murmurações, o que ele faz?
Antes de passar adiante do povo, de levar consigo os anciãos, tomar a vara que
havia ferido o Nilo e ir, clama ao Senhor. Antes de qualquer ação, ele clama ao
Senhor como tantas vezes fez diante dos desafios na condução do povo rumo à
terra da promessa. É ele quem tinha fortes momentos de profunda intimidade com
Deus, a ponto de o autor sagrado dizer que ele conversava face a face com Deus.
Agora, este clamor-encontro com o
Senhor, não é de modo algum atitude passiva do homem; ele faz, mas também clama
e obedece ao convite de ir! É o fazer humano guiado pela certeza de que: “Vai, eu estarei diante de ti”. O
próprio sinal da ação divina é composto pela ação humana: ferirás a pedra – a ação humana
- e dela sairá água - a ação divina (graça). Onde já se viu sair água de
uma rocha? Com efeito, o ferir a pedra depende de nós, mas esperar que de lá
saia água, é passar da ação a esperança. O que fazemos nós diante das
murmurações e dificuldades da vida?
O segundo relato, é o encontro de Jesus com a
Samaritana, na cidade de Sicar, junto ao poço de Jacó. Jesus, cansado da
viagem, pede à mulher: “Dá-me de beber”.
Este encontro é todo inteiro marcado pelo dom, onde Jesus pede, para ao mesmo
tempo revelar que a sede que ela tem é maior que a sede física. Enquanto Ele
fala de água viva, dom e vida eterna, a mulher ainda insiste em balde, poço
fundo e de ter que voltar para buscar mais água. Ela é alguém marcada e presa
às coisas rasteiras, enquanto o Senhor está procurando por meio deste encontro,
conduzi-la às coisas do alto. Todo encontro com o Senhor gera gratidão e conduz
à missão! Assim fala Jesus: “Mas quem
beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe
der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna”.
Marcada por este encontro, a mulher dirige-se à
cidade, testemunhando que possivelmente haveria de ter encontrado o Cristo. As
suas palavras e seu testemunho, fez com que muitos abraçassem a fé em Jesus.
Assim, ela não somente encontrou-se com Ele, ela foi canal por meio do qual
outros também participassem desse encontro, de modo que após permanecerem com Ele
não mais acreditassem somente nas palavras da mulher, mas nas de Jesus, pois
eles mesmos ouviram e conheceram por meio do permanecer, que Ele era verdadeiramente o Salvador do mundo. Não é esta a nossa missão?
Peçamos ao Senhor da vida, que nunca se cansa de
vir ao nosso encontro, para nos fazer experimentar o seu amor, que neste tempo
de quaresma as nossas ações sejam sempre orientadas pela vontade de Deus, e que
o testemunho de nossa vida conduza sempre mais os outros a buscarem permanecer
sempre ao seu lado.
Assim seja!
Padre
Everaldo Santos Araújo -
Pároco da Paróquia Santa Terezinha
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