

"Nós,
como Igreja, nunca teremos condições de iniciar adequadamente ninguém na fé se
nós não contarmos com a família. Sem essa estrutura familiar e sem a
preocupação da família com que seus filhos tenham fé, conheçam o conteúdo da
fé, nós, enquanto Igreja, vamos continuar oferecendo simplesmente alguma
pedagogia, instrução religiosa, mas iniciação à fé vai ser um trabalho bem
insipiente".

O
padre lembrou que, ao instituir
o Ano da Fé, o Papa Bento XVI propõe que aconteça uma redescoberta da fé em
seus conteúdos. Padre Fábio afirmou que hoje muitos católicos estão mal
acostumados a pensarem que ter fé é ter um sentimento, uma comoção que o faz
acreditar em alguma coisa, mas a fé da Igreja não é acreditar em qualquer
coisa.

Porém,
a mistagogia, ou seja, espiritualidade na catequese, conforme pontuou o
sacerdote, não exclui a preocupação com os métodos, com as dinâmicas,
principalmente tendo em vista a necessidade de uma linguagem renovada na
Igreja. "É lógico que nós pedimos que os catequistas estejam antenados com
a realidade, o Concílio Vaticano II nos diz que a nossa obrigação é sermos
dóceis aos sinais dos tempos”.

DIFICULDADES
A linguagem já constitui uma das dificuldades encontradas para catequizar crianças e jovens hoje. Mas quanto a isso, o padre lembrou a postura do próprio Papa Bento XVI, que apesar de sua idade tem muita preocupação com os jovens, com a linguagem deles, em falar com eles. Um exemplo disso foi o lançamento do YouCat, que é o Catecismo da Igreja Católica direcionado especificamente para os jovens.

Ele
lembrou que a Igreja fala de e instrui para valores perenes, mas a sociedade
insiste naquilo que é mais volátil, de forma que esses chamados “contra-valores”
da sociedade parecem ser mais interessantes a essa fase do ser humano, que é a
infância, a juventude.
“Nós
temos uma grande dificuldade de falar de perenidade, de moral, de ética. Então
os desafios são imensos e variados, mas não significa que seja impossível”,
finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário